sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Maria está disposta até a deixar o MP para disputar novamente

A prefeita reeleita de Santarém, Maria do Carmo Martins Lima (PT), aposta todas as suas fichas no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar reverter a decisão do TSE (Tribunal Superior de Justiça) que negou, anteontem, seu registro de candidatura nas eleições municipais de outubro.
Considerando a hipótese de que poderá perder também no STF, a gestora municipal afirmou que vai ser candidata, caso ocorra uma nova eleição. Desta vez, ela garante que não pensa duas vezes e se aposentará do Ministério Público.
Ontem, em sua primeira declaração oficial, após a decisão do TSE, a gestora petista disse que foi 'injustiçada'. 'Digo que fui injustiçada porque eles me julgaram como se tivesse acontecido um outro caso antes. O nosso caso é único. E não deveria levar em consideração decisões anteriores. Os votos contrários vieram de representantes da OAB e do Ministério Público. Eles têm uma decisão particular sobre o assunto. Entendem que promotor não deve estar na política, e sim dentro do Ministério Público. Eu acredito que o Supremo vai fazer uma análise à luz da peculiaridade do caso', disse Maria do Carmo.
Acompanhada pelos presidentes dos partidos que compõem sua base aliada, secretários municipais e estaduais, vereadores, advogados e lideranças políticas, Maria do Carmo disse que vai lutar com as suas forças para garantir no Supremo o direito de exercer o mandato conquistado nas urnas. 'Nós já estamos providenciando recurso. A matéria é constitucional. Quem dá a palavra final é o Supremo', ressaltou. Ela frisou que não foi cassada. 'O que ocorreu, sim, foi o indeferimento de registro por questões funcionais. Queremos manter a vontade da população santarena. Deixo claro que não cometi nenhuma ilegalidade e nem irregularidade. O nosso projeto político é o melhor para Santarém. Disputa política se faz por voto. Pela primeira vez na vida alguém está tendo um indeferimento de registro por ser honesta', desabafou.
Maria do Carmo ingressou no Ministério Público Estadual em 1990. Filiou-se ao PT em 1995, por influência política de seu irmão Everaldo Martins. Licenciou-se do MPE em 1998 para assumir um mandato de deputada estadual. De lá pra cá, concorreu ao governo do Estado e foi presidente da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), período em que se manteve licenciada. Em 2003, elegeu-se prefeita de Santarém, conseguindo se reeleger neste ano. Em 2004, uma Emenda Constitucional proibiu membros do Ministério Público de se filiarem a partidos políticos. 'Estou licenciada desde 1998. A lei que proíbe é de 2004. Portanto, quase seis anos depois de eu ter entrando de licença. A Justiça de Santarém e do Estado do Pará deram decisões favoráveis à minha situação. Infelizmente, ontem (terça-feira), o TSE por 4 a 3, cometeu uma injustiça e decidiu que, mesmo eu estando de licença, a nova lei me atinge. Por estar de licença, eu não precisava me sujeitar às novas leis. Quando a lei veio me proibir de me filiar, eu já tinha mandato', argumentou a petista.

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