quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

IBAMA BLOQUEIA COMPRA DE GADO CRIADO NA FLONA JAMANXIM




O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), através do chefe do Escritório Regional de Novo Progresso, Sr. Givanildo dos Santos Lima, emitiu no nesta segunda-feira 08/02, um comunicado em através do oficio N° 001/2010, informando que estará fazendo a cadeia de custódia do rebanho bovino adquirido pelos frigoríficos da região a partir deste ano estará fazendo.


Na pratica isso representa o bloqueio total da comercialização de gado criado em área embargadas pelo órgão dentro do município de Novo Progresso. O chefe do Ibama utiliza-se do Decreto 6.514/98, no seu artigo 54 que proíbe aquisição, transporte, intermediação e comercialização de produtos e subprodutos de origem animal e vegetal produzido sobre áreas objetos de embargos. O artigo prevê punições severas para quem transigir o artigo do decreto, com previsão de multas no valor de R$ 500,00 por quilo de produto adquirido, além de terem os produtos apreendidos.


O documento que chegou até nossa redação, é uma cópia de ofício encaminhado pelo Ibama ao Frigorífico Bussarelo de Novo Progresso, nele, é feito um alerta à empresa, para que antes de adquirir animais para abater, consulte junto ao órgão ambiental do governo, se a propriedade de origem dos mesmos, não possuí nenhuma pendência ambiental como autuações ou embargos referente a desmatamentos ilegais ou queimadas não autorizadas.


O Ibama dirige-se ao proprietário do Matadouro, sr. Alcides Bussarelo, informando-lhe especificamente sobre as áreas da Flona Jamanxim, que as mesmas estão todas embargadas, proibindo portanto a empresa de manter relações comerciais com os produtores ali instalados, ameaçando-o de autuações em caso de não acatar as exigências.


Anexo ao ofício, o chefe do Ibama encaminhou uma lista das áreas embargadas em Novo Progresso, onde constam os nomes das propriedades e seus respectivos proprietários.


Com essa nova ação, se realmente aplicada, o Governo Federal, através do Ibama, reforça o engessamento da economia progressense, uma vez que o município atualmente depende em grande parte da pecuária para sua a movimentação econômica, mas um grande percentual do rebanho encontra-se em áreas multadas ou embargadas.


É o segundo grande golpe do órgão tanto no setor produtivo como na classe trabalhadora em Novo Progresso, que ainda não se recuperou do fechamento de todas as serrarias na cidade, que resultou em desemprego em massa de trabalhadores, fazendo perecer o antes pujante comércio local. Agora, com a impossibilidade de vender sua produção, o único setor que ainda respirava, mesmo que com certa dificuldade, é afetado diretamente, o que poderá trazer conseqüências ainda mais desastrosas para o município. Alguns líderes sindicais estão preocupados, opinam que agora realmente podemos nos encaminhar para a parte mais profunda do poço que já fomos jogados pelo governo, lembrando daquela frase célebre: “Se as cidades perecem, mas o campo for preservado, as cidades renascerão. Mas se o campo perece, também a cidade perece junto”.




Por: Édio Rosa – Tribuna do Povo

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